Marielle Franco e Anderson Gomes foram brutalmente assassinados na noite de 14 de Março, no Rio de Janeiro, alvos de uma execução política. Nas horas e dias que se sucederam, a imagem de Marielle tornou-se praticamente onipresente, presa de uma intensa disputa. Foi reivindicada com justiça por todos que partilham de sua luta e que tomaram as ruas do país em numerosas manifestações. Mas foi também recuperada cinicamente pelos grandes meios de comunicação – os mesmos que vendem o genocídio negro como entretenimento diário – e que procuraram esvaziar o sentido político de sua morte. Por esta razão, escolhemos aqui outro caminho. Privilegiar as palavras procurando reforçar o sentido político do acontecimento e a continuidade da luta. A série de cartazes, Formas de Marielle estar presente, para além da afirmação de sua presença, foi criada pela artista Graziela Kunsch a partir de falas e textos de e sobre Marielle. Os cartazes são livres de direitos, e estão disponíveis para download. Baixados da internet e impressos no próprio IFCH, são aqui dispostos como ato de protesto perante o inaceitável. Aos cartazes somam-se uma seleção de textos para consulta – com destaque para a dissertação de Marielle Franco, estudo crítico das Unidades de Polícia Pacificadora – e a música da Maldita Fábrica de RAPs que entoa em canto o alerta benjaminiano: “Os mortos não estarão em segurança se o inimigo vencer”.
Agradecimentos :
Graziela Kunsch
Curadoria:
Prof. Dr. Gabriel Ferreira Zacarias
Montagem:
Gabrieli Priscila Simões
Nerian Teixeira de Macedo de Lima